Vale da Nave Travessa (Covão do Curral)

O vale da Nave Travessa localiza-se no sector superior do vale da Caniça, um afluente do rio Alva alojado na vertente sudoeste da serra da Estrela, numa área que esteve submetida à ação dos glaciares. No último máximo glaciário, há aproximadamente 30 mil anos, o vale estava preenchido por uma língua glaciária que alcançava uma longitude máxima de 6,5 km e uma altitude mínima de cerca de 980 metros. Esta massa de gelo abrangia uma superfície de aproximadamente 13,4 Km² e drenava os gelos que se acumulavam na área planáltica, situada entre os vértices geodésicos do Cume e do Rodeio Grande, a mais de 1800 metros de altitude. Na paisagem é notório um perfil transversal côncavo e uma sucessão de depressões em escadaria, aspetos resultantes da ação erosiva do gelo que denunciam a morfologia de um típico vale glaciário. No presente, algumas destas depressões têm aproveitamento hidroelétrico, albergando as albufeiras do Covão do Forno e do Covão do Curral. Na confluência da Nave Travessa com o vale da ribeira da Lagoa, no sector terminal do vale, encontra-se um conjunto de depósitos sedimentares correspondentes a arcos morénicos que traduzem a diferentes fases da dinâmica deste glaciar. Cada um destes arcos marca a posição terminal da língua de gelo em fases distintas, sendo os mais recentes, os que se encontram mais a montante.

40.372458, -7.642948

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